sábado, 28 de setembro de 2013

Cinzas e Pérolas (Com Alexandre Lemos)



Cinzas e Pérolas
(Alexandre Lemos/Bruno Kohl)

Entendo aos poucos
no tempo que era
quem parte na pressa
quem quer respirar

o som dos mil dias
A tarde de inverno
calou na certeza
que amanhã não virá

Pra contar os sonhos
em lágrimas, rios
recolher numa quarta
cinzas sem carnaval

esquecer os castelos
no mar os delirios
universo dos filhos
em vazio abissal

dorme em mim
toda dor e perdão
areia que cobre meu mar
de dentro da concha
o mar diz que não

O Limbo da Cor (Com François Muleka)



O Limbo da Cor
(François Muleka/ Bruno Kohl)

Em nós
um mero instrumento de corda
e canções de outrora
selando um silêncio suspenso
e assustador

A flor das estradas secretas
e um ponteiro sem horas
Todo ruido contido
em avião sem motor

Em nós
Antiga coxia de um nobre
teatro de vidro
o limbo da cor
serenata sem letra de amor

A soma de todos os medos
Um fim proibido
Múltiplo andar de estrelas
em rio divisor

Por mais
que leve em mim o ouro
de um país inteiro
há mil quilates
e um tiro certeiro
que me abatem
sem dor

Sem ser você (Juca Novaes/ Bruno Kohl)




Sem ser você
( Bruno Kohl)

Esqueça a agenda
Esqueça os recados
A prisão do relógio e esse "não" sufocado

Esqueça o trabalho
e os mil afazeres
O calendário cobrando o afeto dos meses

Desamarra teus laços
Tira essa gravata
do pescoço e pra mim vem vestido de nada

Se a comida esfriar
Não esquenta a toa
Eu só quero um pedaço do que em ti me atordoa

Entrego o melhor de mim na mesa de jantar
Em troca eu te peço um pouco desse olhar
Esqueça o que já tem receita e depois
um beijo sem rotina se arrisca por nós dois

Esqueça os muros e o que se quebra em tua mão
Um pequeno estrago em mim é sua construção.
Deixei um mapa do meu corpo a mercê
Mas para me encontrar
será preciso andar
sem ser você