quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Esfinge



ESFINGE

                                     (Bruno Kohl)

  
Olhos negros: desce a luz
Um convite ao abismo
Que me devora e assim decifro:
- Águia  sonha em ser mulher

As asas pairam sobre nós
faz o caos ter seu sentido
Saiba o que sinto e tem meu destino
mundo inteiro aos seus pés

Um sorriso seu
E eu me aprisiono em qualquer espelho
Um sorriso seu
e meus joelhos tocam o chão do céu

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Sempre indo (com Alexandre Lemos )



Sempre indo 

(Bruno Kohl /Alexandre Lemos )

Do outro lado da margem
a vida foi sempre assim
O medo a me pedir coragem
pra saber dizer que sim

Eu vivo nessa procura
nas ruas de onde eu vim
E que servem de moldura
para o rio dentro de mim

E quando eu já fui
embora
parece que ainda estou
Quem olha me vê
agora,
pensando que ainda vou

Por isso eu pareço um rio,
nem chegando e nem partindo
Seguindo meu próprio fio,
sempre indo, sempre indo

Parece que vou a esmo
mas sei onde vou chegar
Se nunca sou sempre o mesmo,
é fácil de me encontrar

A chuva de que sou feito
precisa me transbordar
O mundo ia ser perfeito
se você fosse o mar

Sete céus (com Marcoliva)



Sete céus 

                                                                   (Bruno Kohl e Marcoliva)

Quando a água cor de jambo
Sobe no mocambo do meu coração
Toda a esperança esgota, olho em conta-gotas, pinga em meu vulcão

Quando a hora empoçada
Chama a passarada para o alvorecer
Todo sentimento aflora e meu olho chora assim sem querer

Quando desse rio me encharco
Ancoro meu barco nesse em teu atol
Todo amor coadjuva, me seca na chuva e me inunda de sol

Quando o chão da minha rua
Ilumina a lua pra se envaidecer
Todo coração baldio deixa o sofrimento vil pra bendizer e querer
Todo coração varia com certa taquicardia para encontrar o prazer

Para varrer a incerteza em minha casa
Para estancar a lágrima vizinha
Exagero,  extravasas, és sol

Para varrer a tristeza em minha casa
Para estancar a lágrima vizinha
Exagero , extravasas – sois sóis!
...
E me concede a sede pra que o céu desabe
pra que tudo acabe ou possa caber
E me concede a sede pra que o céu desabe
pra que tudo acabe ou 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Todo Cuidado (com Sonekka)




Todo Cuidado
                         (Bruno Kohl/ Sonekka)

Deixa eu cuidar
dos seus laços fracos
da falta de abraços
que vem te assombrar

Deixa eu cuidar
dos beijos roubados
que lábios cansados
pedem pra voltar

Cuido pra você
de lembrar dos sonhos
nesses dias soltos
noites sem dormir

Posso até cuidar
de um pequeno verso
desse andar disperso
que nasceu de ti

Você pode achar
que é questão de sorte
que ficou mais forte
e de que é capaz

Mas é bom saber
por mim ou pelos outros
Todo cuidado é pouco
pra quem amou demais